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A CASA
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Em fevereiro de 1942, dias depois de consumado o pacto de morte entre Stefan e Lotte Zweig, o escritor e jornalista Raul Azevedo propôs, através da imprensa, que a casa onde viveu e morreu o escritor em Petrópolis fosse transformada em museu. No primeiro aniversário da morte do escritor (fevereiro de 1943), seus herdeiros encaminharam um agradecimento ao governo brasileiro pelas últimas homenagens prestadas ao autor de Brasil, país do futuro. Em retribuição, ofereciam o espólio que Zweig deixara na sua casa em Bath, Inglaterra, para constituir o núcleo do "museu" em Petrópolis, como livros, inéditos, cartas, desenhos e quadros. Terminada a Segunda Guerra Mundial, Zweig continuou um campeão de vendas de livros no Brasil, porém nada aconteceu. A casa teve vários proprietários e, afinal, foi tombada pelo Patrimônio Histórico no início dos anos 80, o que não impediu grandes alterações no interior e na fachada. Turistas europeus, sobretudo os de língua alemã, chegavam até o bairro Duas Pontes (atual Valparaíso), examinavam a placa de bronze quase sempre escondida pela hera, depois se encaminhavam ao cemitério onde foi enterrado o casal para encontrar o escritor que fascinou seus pais e avós e hoje continua tão presente nas livrarias. Setenta anos depois, a ideia se materializou. A casa onde Stefan Zweig viveu seus últimos cinco meses, abrigando-se da perseguição nazista, foi comprada por um grupo de admiradores e transformada na CASA STEFAN ZWEIG (CSZ), o museu que o Brasil lhe devia. O exilado de guerra, refugiado na rua que lembra o autor da Canção do Exílio, a Rua Gonçalves Dias, finalmente integrou-se à paisagem, à comunidade e à realidade cultural petropolitana e brasileira.
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