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26.11.2008 Stefan Zweig, ponte para a vida "Tudo começou e acabou rápido demais, o ano era 1975. Eu sempre tão introvertida, assustada e medrosa, não queria entrar naquele prédio, para mim imenso. Eram tantas escadas, corredores e salas e a minha irmã, sempre ela a me levar para os lugares apesar de ser apenas três anos mais velha, me dizia: “segue a multidão, onde a multidão for você vai.”, tamanho era o meu medo de me perder e não ter ninguém conhecido por perto. Enfim comecei, 5ª série, onze anos, e aquele ano prometia grandes mudanças em minha vida. Eu estava estudando numa escola enorme, estava no ginásio. A escola maravilhosa, os professores, “nossa!” eu tinha um professor para cada matéria, não era como no primário, um professor na sala de aula o tempo todo, ensinando tudo, e eu tinha aula de Francês!. E os amigos? Vários, uma geração de gente saudável e bonita, os meninos de olhos verdes (raridade olhos verdes naquela época), estudávamos, conversávamos e participávamos. A 5ª série foi apenas uma ponte para o meu crescimento, eu saia da infância e entrava na pré-adolescência. A 6ª série é que foi o máximo, eu já era adolescente, as amizades eram mais intensas. O “Stefan”, como a gente chamava a escola era o meu lugar preferido. Eu estudava à tarde, mas duas vezes por semana tinha aula de Educação Física de manhã, eu ia e ficava o dia todo, minha mãe não gostava, mas sempre tinha um trabalho escolar para fazer. Parecia que a escola tinha um imã que puxava a gente, era mágico, a vida pulsava de uma forma intensa. Foram quatro anos marcantes na minha vida, porque a minha vida era a escola, os estudos, os amigos. O ensino por ser público, estadual, tinha as suas falhas, as suas lacunas, mas acho que tive sorte de ter bons professores, eles eram atentos e dedicados. Me lembro que tive uma disciplina – Música – não sei bem porque existia essa matéria, ninguém aprendeu a tocar algum instrumento ou cantar, mas aprendíamos algumas coisas ligadas à música, à cultura. Não posso esquecer do nosso professor de música, “Luigi”, eu não me lembro o sobrenome, acho que ele era italiano, tinha um sotaque diferente, Era uma figura um tanto excêntrica, mas não posso ignorar que tinha talento: ensaiava a fanfarra da escola pelas ruas com muito empenho e dedicação e compôs um hino, que todos os alunos aprenderam e cantavam, hoje infelizmente esquecido pelas novas gerações. Não sei por quanto tempo o hino foi cantado na escola, até porque o professor Luigi faleceu poucos anos depois que saí de lá, mas eu e meu irmão que estudava lá na mesma época nunca esquecemos a letra do hino e até hoje cantamos às vezes para horror do meu sobrinho que estudou lá e nunca ouviu falar nesse hino. Não posso deixar de registrar aqui: “Stefan Zweig de amor e carinho Teu lema é sempre amizade Juventude, calor, esperança, carinho Stefan és felicidade Stefan Zweig contigo crescemos Prá ter uma vida melhor Oh! Escola querida tu és nossa vida Stefan tu és o maior. Ao saudoso escritor Que previu com amor O País do futuro é o Brasil Nosso muito obrigado Por ter ensinado A amar essa terra gentil Vamos todos cantar O patrono exaltar Mocidade alegre estudante Com virtude e saber O Brasil há de ser Um País cada vez mais gigante.” Temos que reconhecer, ele tinha talento. Quando me formei, participei da colação de grau, do baile e da missa. Talvez não tenham existido momentos mais mágicos do que esses. A missa, a colação de grau, o encontro com todos os seus amigos, familiares e professores. Amigos que nós sabíamos que infelizmente iríamos nos separar, pelo ou menos da maioria. O momento era triste, mas era alegre também, era uma etapa vencida de nossas vidas. E o baile, o vestido branco, o momento de subir no palco, ouvir seu nome no microfone e descer com o padrinho. A valsa com os pais e padrinhos, eu era o centro, eu era personagem daquele momento, era o “meu” baile. O “Stefan” marcou minha vida de uma forma muito forte, sempre que penso numa fase boa da minha vida é para aqueles anos que me transporto: de 1975 a 1978. Não sei dizer o que havia ali, talvez nem fosse exatamente o prédio, as aulas, os professores, os alunos, ou quem sabe fosse tudo isso e mais o momento que eu estava vivendo, a fase da minha vida, de mudanças, de aprendizado, de amadurecimento. Era sim uma escola estadual, mas aprendi muito, foi graças a esse ensino que muitos anos depois pude fazer uma Faculdade. O “Stefan” naquela época não ficou devendo nada e eu sinto muito orgulho de dizer que estudei lá. Não sei quem e nem quando escolheram esse nome para a nossa escola, mas penso que a escolha foi muito feliz e hoje conhecendo um pouco sobre a vida desse homem, vejo que o nome é muito apropriado, pois “Stefan Zweig” tem tudo a ver com conhecimento, amizade, liberdade, sede de saber, de aprender e de ensinar. E como diz a letra do nosso hino – “Oh escola querida tu és nossa vida...”, foi sim durante quatro anos que passei lá e hoje é uma lembrança muito feliz em minha vida". Suely Maria Santiago, São Paulo, 17 de novembro de 2008 Escola Estadual de Ensino Médio Stefan Zweig Rua Genaro Arilla Arensanz, 225 - Vila Diva – São Paulo - SP. Cep: 03275-090 Telefones: 0112213-0020 e 2154-4166 Diretor: João Batista Oliveira |
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