Nova York, 1876 — Londres, 1964

 

Músico, gravador, impressor, militante pacifista e dos direitos civis, jornalista e editor

 

Era filho do rabino ortodoxo húngaro Adolph Huebsch (1830-1884), que presidiu a Nova Sinagoga de Praga e depois se transferiu para a sinagoga Ahavat Chessed de Nova York. Lá o rabino adotou reformas na liturgia judaica e organizou um novo livro de orações moderadamente liberal. Emérito orientalista, publicou nos EUA, entre outros títulos, uma antologia de aforismos árabes.

 

Antimilitarista, antes da entrada dos EUA na Primeira Guerra Mundial Benjamin Huebsch destacou-se na cruzada pacifista como militante da Ford Peace Plan Comission (1915-1916). Mais tarde criou e dirigiu o semanário liberal The Freeman (1920-1924) e foi um dos fundadores da American Civic Liberties Union, entidade pioneira na cruzada antirracista. Fundador da editora B. W. Huebsch, especializada na literatura alemã contemporânea, que em 1925 se fundiu com a Viking Press, chegou a vice-presidente e diretor-editorial desta última. Foi introdutor nos EUA de James Joyce, Thomas Mann e do pacifista Erich Maria Remarque, e lançou o contista Sherwood Anderson, que marcou a geração de Faulkner e Hemingway.

 

O intenso relacionamento com Stefan Zweig começou em 1925 e estendeu-se até a véspera do suicídio. A correspondência compreende quase 500 cartas nos dois sentidos e não se restringe a assuntos editoriais. Mais do que parceiros, foram grandes amigos. O fato de usarem a língua-mãe facilitou o convívio epistolar. Cinco anos mais velho e menos vulnerável, foi um verdadeiro confidente de Zweig, sobretudo nos anos finais (1941-1942), quando as cartas do escritor se converteram em verdadeiras sessões de psicoterapia.

 

Zweig pode ser considerado um “escritor dos editores”: a chave do seu sucesso comercial pode estar no perfeito entrosamento com os estabelecimentos aos quais se associava, que não considerava meras impressoras ou vendedoras de livros, mas suas casas de trabalho. Paradigma desse estilo foi a longa parceria com Anton Kippenberg, dono da Insel Verlag, onde publicou seus maiores sucessos, parceria só rompida em 1933 quando o editor o traiu manobrando em favor dos nazistas. Nenhum dos seus devotados editores, porém, aventurou-se a traduzir alguma de suas obras. Ben Huebsch tinha estatura intelectual para isso: traduziu do alemão para o inglês sua derradeira criação ficcional, a novela Uma partida de xadrez, e colaborou na versão de suas memórias, O mundo de ontem, cujo parto acompanhou de perto.

 

Depois da guerra foi escolhido para representar os EUA na Unesco.

 

Endereço na Agenda: s. Viking Press, 285 Central Park West, New York. Tel. Schuyler 4-3038