Moghilev-Podolsky, Bessarábia (atual Ucrânia), 1912 — Rio de Janeiro, 2000

 

Editor, procurador e testamenteiro de Stefan Zweig

 

Chegado ao Rio ainda criança, obteve seu primeiro emprego como vendedor de guarda-chuvas e mais tarde notabilizou-se como livreiro e editor, primeiro como sócio do cunhado Nathan Weissman na Livraria Editora Guanabara e depois como proprietário da Editora Delta. Começou editando literatura médica em português, e foi o primeiro a lançar uma coleção de obras de Sigmund Freud traduzidas por especialistas brasileiros. No campo da ficção iniciou-se com autores modernos franceses, e mais tarde lançou a Coleção Nobel, organizada por outro exilado, Paulo Rónai, que reunia as obras mais representativas dos autores laureados com o maior prêmio literário mundial. Associado à Larousse, inundou o mercado brasileiro com as primeiras enciclopédias, auxiliado pelo filólogo, diplomata e amigo Antônio Houaiss.

 

Atribuiu à sua mãe, Berta, a sugestão para editar Stefan Zweig, que ela conhecia da leitura do jornal judeu-americano Forward (em idish Forverts). Não foi contudo o primeiro a editar Zweig no Brasil; o agente literário Zoran Ninitch comprou (mas não pagou) os primeiros direitos do escritor, e as poucas obras que conseguiu editar são raras e consideradas “piratas”.

 

Quando, em 1936, Zweig avisou que pretendia passar pelo Rio a caminho do Congresso Internacional dos PEN Clubes em Buenos Aires, Koogan conseguiu do governo federal que a escala fosse convertida em visita oficial. A triunfal temporada de 12 dias abriu caminho para sucessivas edições das obras completas de Zweig e sua transformação no autor estrangeiro mais vendido no Brasil. A luxuosa coleção encadernada com os 20 volumes da Edição Uniforme das Obras de Stefan Zweig seria continuamente reeditada ao longo de cinco décadas (1938-1978).

 

Além de editor, Koogan foi amigo, conselheiro, procurador e testamenteiro de Zweig. Em 1940, quando o escritor deixou apressadamente a Inglaterra para escrever um livro sobre o Brasil, ofereceu-lhe suporte e contatos. Lançado o livro, diante da opção do casal Zweig de retornar ao Brasil em 1941, sugeriu que se fixassem em Petrópolis. Seus depoimentos sobre Zweig estão mencionados nas principais biografias do escritor. Em 1992 doou seu vasto acervo de cartas, documentos e fotos à Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro.

 

Endereço na Agenda: 73 Rua Paissandu, Rio. Tel. 25-8519