CANTO DOS EXILADOS


Julian Tuwim


Poeta e escritor
Lodz, 13/11/1894-27/12/1953
No Brasil, de 1940-1941


Julian Tuwim foi um dos maiores poetas e escritores de língua polonesa, tendo contribuído de forma significativa para a literatura infantil. Era originalmente de Lodz e viveu em Varsóvia. Jamais negou as origens judaicas, sendo humilhado e vilipendiado na imprensa polonesa pela direita, pelos católicos e pelos anti-semitas. Sofreu muito com os ataques cotidianos na imprensa devido às suas origens judaicas. Tuwim fugiu da Polônia logo depois da invasão alemã, foi para Romênia e, de lá, se refugiou em Paris. Em 1940, novamente fugiu da invasão alemã, conseguiu um visto por intermédio de Aristides Sousa Mendes e chegou até Lisboa. Em agosto de 1940, veio para o Brasil, onde ficou até meados de 1941.

Há pouquíssimas informações sobre o período que Tuwim passou aqui. É possível que, no Brasil, tenha começado a escrever um dos poemas épicos mais importantes da literatura polonesa Flores da Polônia (Kwiaty Polskie), em que relembra, nostalgicamente, sua primeira infância em Lodz. Por ironia, algumas estrofes deste poema se transformaram no hino da Armia Krajowa (o exército clandestino polonês, nacionalista, anticomunista e anti-semita que resistiu aos nazistas durante a II Guerra). Em 1944, um ano depois da revolta dos judeus no gueto de Varsóvia, ele estava em Nova York, e lá escreveu um poema belíssimo que leva o titulo Nós, judeus poloneses... (My, ?ydzi polscy).

Tuwim regressou à Polônia depois da guerra, em 1946, mas não conseguiu mais produzir sob o regime comunista. Sob pressão fez alguns textos para pacificar o regime. Alguns de seus poemas mais emocionantes foram encontrados, inéditos, após a sua morte. Entre as obras infantis, destaca-se a Locomotiva (Lokomotywa). Tuwim foi ainda um dos mais brilhantes tradutores de poesia russa para o polonês.