CANTO DOS EXILADOS

Ornstein, Oskar


Empresário e produtor artístico
Rússia, 19/8/1911 - Rio de Janeiro, 19/8/1990
No Brasil, de 1941 a 1990

A revista Manchete em 1968 assim explicou o êxito de Oskar Ornstein: “Na Urca também se iniciou no show business o grande empresário da atualidade, Oskar Ornstein, que ali fora trabalhar como simples fotógrafo, batendo chapas de casais, no grill, para entrega de cópias 15 minutos depois. Insinuante e sabendo línguas, foi promovido mais tarde a public relations”. A respeito de Ornstein existe a história que teria se passado durante um programa da televisão no Rio de Janeiro. Certa vez, Grande Otelo teria dito: “Criôlo, você não sabe o que é pubric releichion? Então vou te explicar. É um negócio inventado pelo Oskar Ornstein para passar bem sem trabalhar. E como sou o novo pubric releichion da “escola” e a coisa é difícil de falar, me chama mesmo de Oskar...”. Oskar Ornstein, empresário e produtor artístico que imprimiu sua marca a momentos marcantes da vida cultural carioca décadas de 1950 até o final dos anos 1980. Filho de Jonas e Rosa Orstein (née Schildberg), judeu nascido na Rússia em 19 de agosto de 1911, radicou-se na Alemanha como apátrida provavelmente refugiado da Revolução Russa. Ameaçado com o início da II Guerra Mundial, conseguiu fugir da Europa graças um dos vistos diplomáticos salvadores concedidos de forma irregular pelo embaixador Souza Dantas na cidade francesa de Vichy, em 1940. Chegou ao Rio de Janeiro em 7 de maio de 1941, declarando-se repórter e fotógrafo. Empregou-se então como fotógrafo no lendário Cassino da Urca, palco dos grandes shows da época. A partir daí, a convivência com as estrelas o transformaria num sonhador inveterado que imaginava grandes espetáculos e sempre conseguia realizá-los. À frente do Golden Room do Copacabana Palace, nos anos 1950, tornou-se uma espécie de embaixador da boa música estrangeira no Brasil, importando astros como Marlene Dietrich, Edith Piaf e Nat King Cole. No início dos anos 1960, conseguiu criar uma mini-Broadway carioca com musicais de enorme sucesso como Minha Querida Dama (My Fair Lady). Nos últimos anos de vida, assinou contratos para espetáculos que marcaram época na cidade, como o show de Frank Sinatra no Maracanã, em 1980, o primeiro Rock in Rio e o Hollywood Rock. Com sua qualidade de animador cultural, sua paixão pelo Rio de Janeiro e pelo time do Fluminense, Ornstein marcou época como um carioca adotivo que sabia amar a cidade. Ornstein morreu aos 79 anos, dia 17 de agosto de 1990, no Rio de Janeiro, de insuficiência cardíaca.